“A ludicidade potencializa o aprendizado e a criação de novos neurotransmissores para toda a vida”. Esse foi um dos pontos enfatizados pelo professor Dr. Luiz Antonio Correa durante a palestra promovida pelo Colégio CB COC na quarta-feira (5) no auditório do Hotel Cordialle. Correa, atual presidente da Sociedade Brasileira de Neuropsicopedagogia (SBNPq), ministrou a palestra “A importância do Afeto no Desenvolvimento Emocional e Cognitivo do Educando” e mostrou-se preocupado com a “adultização” das crianças. Segundo ele, a sociedade atual está acabando com a infância, o que poderá resultar em adultos desequilibrados ou até mesmo com doenças psicossomáticas graves. “A criança não é um adulto pequenino. Criança tem que brincar, precisamos resgatar a infantilidade das nossas crianças. A maturidade emocional é resultado da fantasia”, destacou o especialista.

Pesquisador do cérebro humano deste a vida intrauterina o professor Correa resumiu como a neurociência está vinculada a educação. “Aprender é uma questão de concentração, organização e ritmo neurológico”, que de acordo com pesquisas realizadas está intrínseco a uma rotina de alimentação e sono. A alimentação adequada permite uma condução mais rápida e eficiente dos impulsos nervosos e o sono potencializa a consolidação de novas memórias. Outro ponto de influência vital para o desenvolvimento cognitivo é a afetividade. O cuidado, o carinho, o toque, a proximidade da família com as brincadeiras, a atenção com as atividades das crianças permitem um processo de recompensa no cérebro. “Há uma relação bastante complexa entre a recompensa e os diferentes processos relacionados com o comportamento humano e a aprendizagem. Crianças que são elogiadas serão ótimos alunos”, frisou o professor.

O especialista também destacou que cada indivíduo tem um ritmo neurológico diferente, que deve ser respeitado. Como alternativa, a educação musical pode promover o desenvolvimento de diversas habilidades cognitivas como: atenção, memória, habilidades de leitura e habilidades visuoespaciais. “Um aluno que não aprende, não significa que ele não tenha a capacidade, apenas precisa de mais tempo. Quando um professor possui uma visão dinâmica da inteligência, ele acredita que todos os alunos podem aprender”, finalizou.