A maneira mais importante de cultivar a criatividade da criança, é deixando-a brincar, brincar à vontade. Segundo a psicopedagoga Irene Maluf, as crianças que brincam pouco durante a primeira infância (até os 6 anos de idade) podem acabar tendo problemas de alfabetização e aprendizagem em geral, pois permanecem imaturas por não terem desenvolvido habilidades iniciais básicas.

O grande problema está nos adultos, que aos poucos vão minando a criatividade da criança ao censurar o seu comportamento e criticando-a, provocando baixa autoestima, insegurança e medo de se expor. Além disso, a criatividade das crianças vai lentamente desaparecendo ao adquirirem responsabilidades, receberem uma educação formal e se alimentarem de doses diárias de “vida adulta”.

Existem diversos fatores que minam a criatividade infantil, porém também existem formas de contorná-las, iremos listar uma lista com três dessas atitudes:

1 - Criticar em excesso. Mesmo com a melhor das intenções, críticas devem ser dirigidas ao comportamento, jamais à criança. E, mesmo assim, de maneira cuidadosa. Dizer, aos gritos, “Você é bagunceiro!” não faz ninguém se tornar organizado. Mas “Vamos arrumar estes brinquedos de um jeito bacana juntos?” ensina e ainda dá o exemplo de como falar com as pessoas sem magoar.

2 - Transformar televisão e tablet em brinquedos. Crianças que ficam mais de uma hora por dia com os aparelhos ligados têm seu desenvolvimento afetado, pois, com eles, ela não se movimenta, não interage com os familiares, não brinca. “Eletrônicos nunca vão substituir o efeito positivo da brincadeira livre, que provoca estímulos físicos e mentais fundamentais para o desenvolvimento das sinapses cerebrais”, diz Irene.

3 - Manter a criança sempre ocupada. Ao contrário do que se pensa, uma agenda lotada com atividades, sem tempo livre, não é saudável para a criança. Pelo contrário: tira dela a oportunidade de estimular sua criatividade. Até os 6 anos, pelo menos, a criança precisa, de vez em quando, ficar sem fazer nada. Afinal, são nos momentos de tédio que ela desenvolverá suas ideias, imaginação e entusiasmo por seus próprios projetos. A motivação nasce, justamente, do ócio, pois a sensação de que lhe falta algo precisa ser suprida, o que estimula a mente a buscar maneiras de “preencher” esse vazio, mesmo que seja apenas com o uso de sua imaginação.

Fonte: Revista Crescer, adaptado.