A reforma do ensino médio, sancionada em fevereiro pelo presidente Michel Temer, ainda terá um longo caminho a ser percorrido até que seja aplicada efetivamente dentro das salas de aulas, tanto em escolas particulares como nas escolas públicas. Entre as principais mudanças estão aumento da carga horária e a possibilidade de escolha, por parte do aluno, de um currículo que esteja voltado para as suas aptidões dentro da sua área de interesse; os chamados itinerários formativos. Dentro desse contexto o primeiro passo é a aprovação da nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que deve ser apresentada pelo Ministério da Educação (Mec) ao Conselho Nacional de Educação (CNE) até o fim de 2017. Após a entrega, o documento deverá ser aprovado pelo Conselho, para depois a lei da reforma ser regulamentada. A BNCC vai abordar 60% do que deve ser oferecido nos currículos das instituições de ensino, os 40% restantes serão compostos pelo itinerário formativo que será elaborado dentro de umas das cinco áreas do conhecimento: linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e formação técnica. 

Em entrevista a Revista Educação, a presidente do Conselho Estadual de Educação de São Paulo, Bernardete Gatti, explicou que após ser entregue ao CNE é preciso a realização de discussões e audiências públicas e que essa etapa deve ocorrer ao longo do ano de 2018. Assim, a discussão para a elaboração dos itinerários formativos por parte das escolas e sistemas de ensino iniciará em 2019. E que o prazo para implementação não deve ser menor do que dois ou três anos depois da aprovação da BNCC. Outro fato importante esclarecido por Bernardete é que as instituições não são obrigadas a oferecer todos os itinerários. “Os itinerários que estão previstos podem ser oferecidos um, dois ou três. Não tem nada na lei que fale que é obrigatório oferecer todos. Agora, elas poderão ver o que atende aos seus objetivos”, disse.

Embora exista a necessidade da aprovação da BNCC para a elaboração efetiva do chamado novo ensino médio o Sistema COC de Ensino já começou os trabalhos de estudo e pesquisa. Aconteceu em Foz do Iguaçu, o Seminário do Comitê Estratégico COC 2017. Na ocasião, o diretor nacional do Sistema COC de Ensino, Rodrigo Vecchio Pires, explicou que o comitê se reúne para discutir temas da atualidade relevantes para a educação e que esses debates são insumos para refinar o planejamento estratégico em 2017 e para os próximos anos. “São temas atuais e que trazem mudanças profundas no ensino médio, onde o COC é referência em resultado e aprovações. Além de se adaptar à legislação, devemos tirar oportunidades para elaborar um novo ensino médio, colocando o COC na vanguarda”, enfatizou.

A presidente da Federação Nacional das Escolas Privadas (Fenep), Amábile Pacios, participou do seminário COC e frisou que a reforma aproxima o ensino médio da realidade dos alunos. “O espectro de inteligência mudou e os jovens tem um jeito novo de ver o mundo. A educação precisa estabelecer um novo diálogo para acompanhar essas mudanças”.  

Para a vice-diretora do Colégio CB COC São Roque, Evelyn Gennari, é importante o acompanhamento de todas as etapas do processo de regulamentação da lei, assim como a antecipação das discussões para a elaboração dos itinerários formativos pelo Sistema COC. Com relação à carga horária a vice-diretora informou que subirá de 800 para 1,4 horas aulas. No entanto, o Colégio CB já aplica uma grade de 1,512 h/a para o 1°ano, 1,386 para o 2°ano e 1,428 para o 3°ano. “Sendo assim, com relação à carga horária já estamos próximos dessa adequação. Estamos atentos e acompanhando todas as etapas do processo para dar início a um trabalho de consulta com a equipe de professores do ensino médio”, finalizou.